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Introdução a Mixagem e Aplicação de Efeitos

Atualizado: 1 de nov. de 2021

Então temos todas as tracks gravadas, e agora o que fazer? Como deixar a música com aquela sonoridade profissional? Como fazer aquele truque que você ouve em outras músicas? Aqui vamos apresentar o básico sobre a mixagem, e os principais efeitos que são utilizados hoje em dia!


MIXAGEM Primeiro vamos entender o conceito de mixagem, através de uma analogia psicoacústica: As caixas de som podem ser pensadas como um show acústico de verdade, com altura, largura e profundidade. Onde os limites do palco sejam aonde se posicionam as caixas. Imagine a banda na sua frente e como você ouviria ela num show, estando posicionado no centro do palco, e observando o posicionamento dos músicos. Alguns estão à direita, outros à esquerda, uns estão mais longe, e outros mais perto, alguns instrumentos são mais altos, outros mais baixos, enfim... Quando nós mixamos um som, o que procuramos é simular essa realidade! Por exemplo, quando determinamos o volume do som, mais alto ou mais baixo, é como se fosse a profundidade, o próprio músico no fundo ou na beira do palco. Já a função de panorama, ou "pan", é onde nós posicionamos o instrumento pra direita ou pra esquerda, formando um campo stereo de som, afinal o ser humano tem dois ouvidos. Em relação às frequências, é difícil perceber de forma consciente, mas as frequências mais baixas (graves), vem por baixo da caixa, ou pelo chão, enquanto as frequências altas (agudas) parecem vir de cima.


Portanto estes são os parâmetros básicos e mais importantes na mixagem, e nosso ouvido é acostumado culturalmente à certas sonoridades. Não que seja uma regra, mas certos padrões de mixagem são pré estabelecidos como comuns dentre os diferentes gêneros musicais. Por exemplo no rock é comum o volume das guitarras vir à frente, assim como numa música regional, a sanfona deve estar bem visível. A seguir um exemplo em 3D retirado do livro "Art of Mixing" (Arte da Mixagem), de uma mix de Hip Hop.



Segue o link do vídeo tutorial "The Art of Mixing", em inglês: https://www.youtube.com/watch?v=TEjOdqZFvhY

EFEITOS


Todos os efeitos existentes são criados a partir de apenas três variáveis: volume, tempo e frequência! E todos eles foram criados ou surgiram a partir de uma ação física no tempo das gravações analógicas. Como por exemplo o delay, que era feito cortando a fita manualmente e repetindo-a, o que é simplesmente incrível! Vamos apresentar aqui os princípios básicos dos principais efeitos. Gate Com o gate você determina um nível de volume para que o sinal seja "mutado", útil para cancelar ruídos indesejáveis e pedaços do áudio onde não haja uma interpretação de fato.


Equalização

A equalização está dentre os efeitos mais usados e importantes na mixagem. Aqui definimos se o som deve ter mais graves, médios ou agudos. Assim modulamos o que chamamos de "espectro de frequência", e abrimos espaço entre os instrumentos para que se possa ouvir o que realmente importa de cada um na mix.


Compressão A compressão também é um dos efeitos mais comuns, e ao mesmo tempo um dos mais difíceis de se dominar. Seu objetivo e normalizar a faixa dinâmica do áudio, portanto estamos tratando de volume. Ela faz com que os pedaços mais altos do som abaixem, e os pedaços mais baixos aumentem, dando uma sensação de solidez e pressão. Maximizer/Limiter A função limiter é muito simples. O que se faz é definir um nível de volume para que o sinal não ultrapasse, muito comum para controlar o som, principalmente para que não venha acima de 0db, o que no mundo digital é sinônimo de perda de informação. A função maximizer é na realidade um compressor, que dá a sensação de ganho, aliada ao limiter, muito útil na masterização.

De-esser O de-esser é muito utilizado em vocais. Na verdade é um compressor que atua apenas nas frequências em que há o "S", normalmente de 7Khz à 14Khz. Portanto se o som do "S" no seu vocal estiver incomodando, você já sabe a solução.

Reverb O reverb simula a reverberação, como na física da acústica mesmo. Ele cria a sensação de eco e profundidade, reconstruindo espaços e salas diferentes, dando novas ambiências ao som. É possível você ouvir como sua guitarra ficaria se tocada numa grande igreja, por exemplo, mesmo se gravada num pequeno quarto.

Delay O delay é a repetição do áudio, pode ser atribuído ao tempo/bpm do projeto automaticamente, ou feito de forma manual. Você pode modificar parâmetros como a velocidade da repetição e por quanto tempo ela vai ocorrer, entre outros.

Distorção/Saturação Nesse caso não estamos falando de distorção digital do sinal, quando ele ultrapassa os 0db, pois isso é destrutivo. Estamos tratando de uma simulação de "ruídos"/"sujeira", como na distorção de um amp analógico. ou a passagem do sinal por uma máquina de fita, que pode dar personalidade e um timbre único ao áudio. Chorus/Doubler Aqui é feita a duplicação e/ou stereofonização do som, dando a impressão de que ele foi dobrado, ou que há um backing vocal/coral nele. Flanger O flanger mixa o sinal original com outro sinal criado, onde há um delay que se modifica através do tempo. O resultado no espectro de frequência criado é como uma voz de robô maluca, ou algo assim... Você precisa ouvir pra entender, mas ele é desenvolvido desta forma. Phaser O phaser se utiliza de um LFO para modificar a equalização através do tempo, causando um efeito semelhante ao flanger. Muitos até confudem os dois, mas na realidade os princípios são diferentes. Filtro Aqui não estamos falando de equalização apenas, apesar de terem uma relação. Estamos falando dos filters que tem em controladoras de DJ, por exemplo. O filter é um low-pass que atua junto à um hi-pass, onde suas variáveis transformam-se de acordo com o quanto você o utiliza, dando a sensação de que o som está sendo "engolido".

Pitch As ferramentas de pitch/transpose são muito utilizadas para corrigir notas ou até mesmo para modificá-las de forma criativa. Alguns programas que se baseiam muito nesse princípios são o Melodyne e o Auto-Tune. Aquele timbre artificial de robô que se vê bastante no Hip Hop, vem em parte desta ferramenta.

Compressão Multibanda A compressão multibanda, como o nome já diz, é quando você comprime o sinal separadamente por bandas de frequência. Portanto você pode comprimir apenas os graves do sinal, ou apenas os agudos, e por aí vai. Imager O imager trata do sinal stereo de forma complexa, ele pode abrir o panorama do som por bandas de frequência, ou torná-lo mono, também. E aí, vocês curtiram essas dicas? Algum efeito que você não conhecia, ou procura saber de um plugin que exerça alguma dessas funções? Deixe seus comentários e perguntas abaixo, e vamos aprender juntos!

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